(Life is a Lie)
Se os dias acumulassem o peso das horas em nossos ombros,
se os eventos passados todos pesassem na memória,
como fardos de metal
se os sopros dos adeuses eternos não suavizassem com o tempo,
se a marca da traidora mulher não se apagasse com as carícias de uma outra qualquer,
então o universo seria uma coleção de uivos e dentes rangendo
um batalhão de Sísifos cansados e de músculos doloridos
formidáveis heróis num mundo onde o heroísmo é vazio,
o esquecimento é força da vida
mas é ali, na carne que se recompõe lentamente
que mil possibilidades de crime fecundam
o coração dolorido não esquece uma ofensa
e aguarda na espreita
o momento certo de atacar.
... isso já faz muito tempo, Sarah. Muito tempo. Ainda naquela época estas paragens verdejavam e os homens jogavam cartas todos os domingos enquanto as mulheres liam e conversavam animadas. Incrível a marcha do Tempo! Os campos secam tão rapidamente como as esperanças. Lembra dos amigos todos que tínhamos aqui? Das juras de amor, das cartas cunhadas ao delírio das lágrimas? Agora somente papéis amarelados em um baú esquecido. Você era muito bonita, os rapazes a desejavam – acredito que nos sonhos noturnos deles você estava também... Precisaríamos de mil páginas para relembrar tudo o que aconteceu por aqui. Teríamos uma história e tanto, recheada de júbilos e infortúnios. A questão é que ao reviver aqueles dias nós poderemos macular a ingenuidade de certos instantes, trazer do limbo o maldito dia em que...
domingo, 17 de fevereiro de 2008
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